Sobre o Blog - Veritas et Cor Mysterii

Aqui são publicadas poemas do Escritor e Poeta Ricardo Oliveira

quarta-feira, 31 de janeiro de 2024

ADAGA IMORTAL

 


Como a água que eu bebo, suor que transpiro,

Sois os segredos atemporais que eu sinto.

A guardiã do meu mundo invisível,

Andando por aí com o vermelho e tons,

Das vestes, das quais tanto quero e preciso.


A marca tão física e espiritual,

Que chega a banhar minha paz!

Impronunciável, vens em pensamento,

Mas percebo ser um oráculo de Delfos.


Insano, enlouquece!

No panteão de Deuses.

Entretanto, sei que deitada contra meu peito,

Se um dia, porventura, estiveres, então,

Resoluta, por trás do oculto, assim,

Estarás, para um paradoxo memorial.


Cuja minhas intensidades,

São de tê-la abraçando meu corpo e,

Provando da minha boca a essência,

Do qual, farei-te me conhecer, e tu, faria-me,

Ver em ti, parte de tudo que ainda sois.


Ah, esta dita coerência!

Vem a ser a transparência da luz,

O que tange as virtudes de um poeta entregue,

Ao sacrilégio de tentar ao menos amar.


Indo na profundidade, onde a dor se esconde,

Enxergando, o lugar nenhum da fonte,

Que transborda sons do mar existente,

Quando pensa-se ser o timbre da tua voz.


Questiono-me, se és uma viajante do tempo,

Ou se apenas um ser mítico, que não entendo?

Não sei se tornas-te mais exasperante, porém,

Entre mortos e perdidos num submundo inexpressivo,

São teus olhos, a luxúria de todos os meus atos,

Transpassado em mim, como uma adaga imortal.   

Lembrar-te-ei, sem que me peças isto,

Como forma de ter-te, num futuro distante,

Quando a própria sombra não mais viver,

Para separar-nos em outros devaneios perenes.



RICARDO OLIVEIRA - 31/01/2024

Poema n.3.039/ n.10 de 2024.


sábado, 27 de janeiro de 2024

MEMÓRIAS DE TEU ROSTO

 


A luz só se apaga, quando vemos a verdade!

Que quero indevidamente um ósculo seu,

Com tanta intensidade quanto anseio que,

Possas dar-me o que não julgo ser digno.


Entretanto, acendes mil estrelas,

Numa saudade quase que profunda e,

O vale a qual nem sei se pertenço,

Ver-te como rosas vermelhas em chamas.


Que transcendem minha consciência,

Queimando-a empiricamente,

Enquanto busco uma alternativa,

Para confrontá-la com o que ela sente.


Tenciono guardar-te, mesmo que invisível!

Vivendo o que os olhos negam…

A incerteza absurda de um tempo perdido,

Cujo amor bandido, totalmente não se revela.


Se vieres a me procurar,

É de bom tom que, saibas que minha existência,

A ti, ligeiramente vou entregar,

Sendo o seu menino, e deixando-te fazer,

Deste que te aguardou…o que desejar!


Sois um passarinho que voa para outro ninho,

E que pouco a pouco, vai me sumindo.

Não almejo esse silêncio infinito,

No qual a sua ausência, se disfarça.


Como músicas efêmeras,

Surgem memórias de teu rosto,

Onde passo a ter-te em devaneios,

Mesmo que a realidade seja outra.

E que eu nunca sinta o teu perfume,

Impregnando sem dó, em mim,

Convergindo para as mãos da libitina,

Antes que estejas em meu porvir.



RICARDO OLIVEIRA - 04/01/2024.

Poema n.3.030/ n.01 de 2024

quinta-feira, 25 de janeiro de 2024

INVOCAÇÃO MANIFESTA A CALÍOPE

 


A noite não espera,

Nem os mistérios da lua prateada!

Que consagra meu corpo e minha mente,

A verdade de toda a eloquência que há.


Que o coração não esteja perdido,

Não havendo bloqueios literários,

Nem versos que se queiram morrer,

Ao andar por lugares inóspitos.


Quero descansar em teus prados,

E banhar-me contigo na casa da mitologia,

Lá onde tu e tuas irmãs se reúnem,

Nas fontes do Monte Helicon.


Ver-te, ó musa da poesia épica,

É viver vibrante com sua bela voz,

E recitar minha obra nascente,

Onde eu precisava, tão presente estar.


Pois ela, só existe,

Quando eu a declamar e,

Oferecer minha carne,

É a mística de seu pergaminho

A anunciar que vens me visitar.


Invocação manifesta a Calíope,

Leva-me a um instante, te encontrar,

Num mundo dos devaneios, no qual Morfeu,

Também deve estar a me esperar!


Não é questão de acreditar, 

Mas de sentir a tua feminilidade!

Rasgando-me o véu que me cobre,

E de infinitos amores, eu tenho para dar.


Revele-me em tua ternura,

O desejo de poder me expressar,

Tomado por tua pele e sintonia,

Ao deleite do que se possa ortografar.

A inspiração dos três símbolos,

Que em mim, marcado está,

Seja-te a oferenda perfeita,

No que tange cada rima, que se possa criar.



RICARDO OLIVEIRA - 25/01/2024.

Poema n.3.038/ n.09 de 2024.